terça-feira, 30 de julho de 2013

FILHO PREDILETO


Certa vez perguntaram a uma mãe qual era seu filho preferido,
aquele que ela mais amava.
E ela, deixando entrever um sorriso, respondeu:
"Nada é mais volúvel que um coração de mãe.
E, como mãe, lhe respondo: o filho predileto,
aquele a quem me dedico de corpo e alma...
É o meu filho doente, até que sare.
O que partiu, até que volte.
O que está cansado, até que descanse.
O que está com fome, até que se alimente.
O que está com sede, até que beba.
O que estuda, até que aprenda.
O que está com frio, até que se agasalhe.
O que não trabalha, até que se empregue.
O que namora, até que se case.
O que casa, até que conviva.
O que é pai, até que os crie.
O que prometeu, até que se cumpra.
O que deve, até que pague.
O que chora, até que cale.

E já com o semblante bem distante daquele sorriso, completou:
O que já me deixou...
...até que o reencontre...
(Erma Bombeck)                                                  



 AMO DEMAIS, AMO IGUAL!!!

 Essa imagem vai sempre lembrar minha princesinha...
 agora é um anjo, q nunca vou esquecer e amo muito também!

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Novas do João


               João esta falando de tudo. Claro q do seu jeito, errado, mas gostoso de se ouvir....
 Aqui vão algumas palavrinhas.

Errado -  Certa              
Xixico - xixi
Dedeca - mamadeira
Mamaco - macaco
Camão - Caminhão
Bus - Ônibus
Caêta - Carreta
Caêtão - Carretão
Tratore - Trator
Dêdi - Deivid
 
                                                    João tem seu time : Atletico Mineiro
                                                 Vesti nele a camisa do time e o pijaminha
 Ele foi brincar enquanto o jogo não começava
 e acabou dormindo

  Quadrilha do Deivid








sexta-feira, 19 de julho de 2013

Seguindo em frente



Queria neste momento estar escolhendo nome da minha princesinha, preparando suas roupas, seu quartinho e sua chegada e isso não foi possível...                                                                   
Não este ano!

 Então é hora de pensar no meu futuro... estou com 27 anos então, vou trabalhar fora (esta abrindo uma creche aqui perto de casa, estão precisando de professora, como sou formada em pedagogia e é uma creche, dá pra trabalhar e colocar o João no mesmo horário comigo), tbm vou tirar minha Carteira de Motorista (sei dirigir, tenho carro e falta o principal rsrs), quero tbm perder pelo menos 5 quilos e reforma a casa. Quero fazer isto antes dos 30. Será, q consigo? Não posso tomar anticoncepcional (Por causo do AVC q tive) e na hora do vamos ver, nem sempre usamos preservativo então, pros planos dá certo eu tomei uma decisão ontem mesmo: Coloquei o DIU.... Não senti dor, foi de graça e na hora q eu achar q quero engravidar novamente, tentar minha princesinha eu simplesmente tiro o DIU!
Então, é isso meninas. Ainda triste com a perda mas, um passo eu já dei pra continuar a seguir em frente! Obrigada a todas pelo imenso carinho, pela força, pelas orações q me fez e estar fazendo ser mais forte a cada dia.  Deus abençoe cada um de vc e seus filhos!!!



Segue abaixo as fotos da decoração do dia 22/06 - Quadrilha na casa da minha avó.
Essa ornamentação, painel (desenhos), decoração da mesa foi eu quem fiz!
Depois eu coloco da festa junina da Escola do Deivid


















sábado, 13 de julho de 2013

Aborto: Conclusão



Ontem, 10 dias após a curetagem tive a consulta de retorno.


Saiu o resultado do exame e pra aumentar a minha tristeza o bb era uma menina. Mesmo q fosse menino já ficaria péssima mas, menina era e, é meu sonho!


O exame não constou nada, absolutamente nada. Não deu má formação no feto nem por dentro e nem por fora, placenta normal, cordão umbilical normal. A médica não soube explicar o motivo pois, o próprio exame de ultrasom q eu fiz e do laboratório (IML) não constaram nada!
Então o motivo do aborto: Será q foi vontade de Deus????? 


Bom mas também eu digo q foi MALDIÇÃO! sim, minha pequena foi amaldiçoada com palavras ruins, com criticas, olho gordo, olho ruim e muita inveja!!! 

 

 Laudo
Informes Clínicos: abortamento
Macroscopia: Fragmentos irregulares ora pardo-claros e macio, ora membranóides, entremeados a tecido avermellhado e friável medindo em conjunto 10,0 x 7,0 x4,0 cm. 
                 Acompanha, solto feto do sexo feminino, medindo 8,0 cm vértice-cóccix e 4,3cm cóccix-calcaneo, pesando 35,0 gramas.
                       Ausência de mal-formações externas.
                       Aberto mostra vísceras normotópicas, vermelho-vinhosas, sem mal formações.
                       Apenso cordão umbilical medindo 15,0 cm de comprimento e 0,6 cm de diâmetro externo máximo, mostrando aos cortes três vasos.

Microscopia: Cortes de tecido placentário compatível com segundo trimestre gestacional.
                     Cortes de vísceras fetais imaturas e autolizadas.


segunda-feira, 8 de julho de 2013

Como tudo aconteceu 5- Final



Na noite de segunda feira, eu contei meu marido do resultado do exame e que no outro dia iria pro hospital. Que o mais certo era, que ficaria internada. Já deitada na cama, pedi ele um favor e ele respondeu q sim:
Então eu disse: Não sabemos o sexo, não sabemos o motivo da sua morte. Só sabemos q ele tinha uma alma, q um coração chegou a bater dentro dele... Eu queria pelo menos poder enterra-lo num caixão branco e isso não posso fazer. Então vamos rezar ou orar (ele já foi evangélico) um pai nosso. Somos os pais e isso podemos fazer!
Ele me perguntou: isso vai te fazer bem? Eu respondi q sim! E ele então segurou na minha mão bem apertado.
Eu fui falando e ele repetindo. As vezes ele se engasgava, gaguejava.. Tinha momento q a palavra não saia e senti q ele chorava.
Quando acabou, ele perguntou se eu estava bem. Respondi q sim pra deixa-lo tranquilo mas, por dentro estava esfaqueada, arrasada. Ele me abraçou e assim ficamos até pegar no sono.

02/07/2013 - terça feira
Este dia marcou minha vida!

 Acordei bem cedo, já não havia mais corrimento mas, de qualquer forma eu ira ao hospital pois, o exame de sangue (fibrinogenio) estava alterado.
Arrumei a bolsa com as roupa dos meninos, fruta, biscoito, leite, etc. A minha já estava arrumada (um conjunto de frio, um de calor, um vestido, (parece ser muito mas, sabia q não ganharia alta no outro dia) absorvente, toalha de banho e rosto, pente, sabonete, pasta e escova de dente, etc)
Deixei os meninos dormirem mais um pouco e tomei um banho demorado. Debaixo do chuveiro os pensamentos reviravam em minha mente. A barriga redonda me deixava agoniada, triste... Meu filho (a) estava ali dentro mas, sem vida. Eu sentia uma sensação de estar velando meu filho dentro de mim, sem poder vê-lo e hoje iria ser o enterro. Essa era a sensação, o sentimento q tinha.
 Deixei os meninos com uma prima, minha mãe foi comigo. O marido iria trabalhar até as 11:00 e iria voltar pra ficar com os meninos.
Deveria ter sido ao contrário, o marido ido comigo e minha mãe ficado com os meninos.  Mas, Deus sabe de todas as coisas e não quero falar sobre isso.
Cheguei no hospital e por sorte a mesma médica q pediu o exame na sexta feira estava de plantão...
O corredor tinha um senhor, uma senhora e uma mulher mais nova. Nenhuma com fisionomia de grávida. Também, não faria nenhum sentido, afinal ali era uma maternidade e uma hora iria ouvir choro de recem nascido, mulher grávida, coração de bb (é, ouvi muito). Aqueles aparelhos q parecem mais uma caixa de abelha).... Nem vou dizer o q senti ouvindo coraçãozinho de bb...
Depois de uns 20 minutos a tal médica me chamou, resumi toda a história só pra ela lembrar do meu caso mas, ela me conheceu bem na hora q eu entrei. E ela disse q ficou muito intrigada com meu caso e só não me internou na sexta mesmo porque tinha q seguir o protocolo do hospital....
Entreguei ela o resultado do exame e ela já foi logo dizendo: vou te internar agora!
Me deu uma camisola, pediu q tomasse um banho (ficar meia hora debaixo da água quente) e me mostrou o box q eu iria ficar.
....
Um hora depois...
A médica falou q era pra ir ao banheiro pois, a partir daquele momento eu teria q ficar uma hora sem me levantar. Ao voltar do banheiro, as 11:25 ela colocou dois comprimidos dentro do meu ultero pra estimular as contrações. Já era mais de uma hora da tarde quando veio o almoço, eu estava de jejum desde as 21:00 do dia anterior. A médica liberou a comida mas, disse q depois não poderia comer mais nada.
Comecei  comer e fui sentindo umas cólicas bem fraquinhas, q foram só aumentando com o tempo.
Por volta das 3 veio o café, uma outra médica disse q a minha liberou o café (era mentira) mas, confiei nela e tomei. Não tinha fome mas, a cada dor eu mordia o pão e aliviava um pouco. Depois do café, por mais uma hora fiquei em silêncio, apenas concentrando na dor sem pensar em nada.

16:00 hs
Senti as contrações mais fortes e foi aí q me dei conta q meu filho estava morto e separando de mim. Meu corpo começava a expulsa-lo e senti uma dor forte no peito, um vazio na alma e uma sensação terrível.
Quando um bb esta vivo, ele empurra pra baixo, ele ajuda vc a coloca-lo ao mundo. A dor das contrações são fortes mas, recompensadas quando vc escuta seu bb chorando, pega nos braços e vê q esta tudo bem com ele....
... no meu caso, a dor física era muito, eu sentia as contrações mas, meu filho não podia me ajudar, empurrar pra sair. A dor não seria recompensada com seu choro...
A cada contração eu apertava e empurrava minha barriga pra baixo.A dor emocional era maior ainda, a sensação de derrota, de vazio, angustia, separação....
A minha mãe estava sentada numa cadeira, bem ao meu lado. Um metro de distância. Ela estava calada.
Eu não deixei ela notar a minha dor.
Aguentei calada, sem gemidos ou lágrimas. Apenas eu, concentrando nas contrações, na dor, nos pensamentos e sentimentos de perda, de luto... no vazio q me tomava!!!
Quando senti meu filho sair, caí em prantos, abracei minha mãe e disse: saiu!
Já fui levando a coberta e o lençol... Ele (a) estava dentro da bolsa. A minha vontade foi de pegar, segurar nas minhas mãos mas, não pude.... minha mãe perguntou se podia chamar alguém e eu respondi q sim, apenas balançando a cabeça.
Escutei minha mãe contando a médica q o bb já havia saído. Ela já foi chegando e dizendo q eu deveria ter chamado, q ela me daria um remédio pra dor. E explicando q qdo o bb esta vivo não pode tomar nada mas, no meu caso eu poderia tomar remédio pra ajudar a amenizar a dor da contração e blá, blabla....
 Eu disse a médica q queria ver o bb. Olhou bem dentro dos meus olhos e perguntou: Tem certeza?
Eu disse q sim. Ela colocou uma luva e estourou a bolsa. Segurou ele nas mãos e me mostrou.
 A médica explicou q como ele morreu com 3 meses e meio, estava difícil definir o sexo. E nem quis opinar.
Pra mim não importava, foi meu ou minha por 3 meses e meio e eu pude carrega-lo dentro de mim por 4 meses e meio. Dependente do seu sexo, eu amei, cada segundo e vou ama-lo por toda minha vida.
Estava perfeitinho, orelhinhas, narizinho, dedinhos já formados... lindo, lindo. Tinha 11,7 cm e pesava 97 gramas.
Era perfeito como esse da imagem

Imagem retirada do Google

A médica colocou ele de volta em cima da cama e saiu. Minha mãe disse: q vontade de pega-lo na mão eu respondi q não. Eu tbm estava com essa vontade mas, não podia por causa da bactéria das nossas mãos. Ele seria levado pra estudo e a bactéria das nossas mãos poderia atrapalhar a descoberta do seu falecimento.
Eu arrependi de não ter pedido uma luva e segurado. Talvez, o sofrimento teria sido maior....
Eu fiquei ali, observando cada detalhe e já despedindo dele (a). A médica entrou e colocou dentro de um saco plástico. Foi triste, ver aquele ser tão pequeno, meu  filho (a) dentro de um saco plástico.
Uma enfermeira veio e me levou pro bloco cirurgico.



16:30 - A curetagem
Como havia tomado o café não pude tomar a anestesia venosa ( aquela em aerosol) no soro q faz dormir. Tive q tomar na coluna a Raquianestesia. Foi tranquilo, difícil foi ficar acordada sabendo q estavam tirando de dentro de mim a placenta de dentro q embalava meu filho durante os ultimos 4 meses e meio, enquanto eu escutava uma outra médica falar da sua gravides, da dor nas costas pelo peso da barriga, do bb mexendo dentro dela.
 Achei um absurdo, uma falta de ética, de respeito. Senti um nó na garganta, um vazio por dentro. Uma vontade louca de gritar com ela e mandar ela sair dali.
 Eu não podia, eu não tinha poder pra isso e talvez uma palavra minha me deixaria estéril pro resto da vida pois, as mãos delas estava dentro do meu ultero!
Meia hora depois aquela tortura terminava. Eu não sentia minhas pernas, sentia sede, sentia frio e uma coceira terrível. Era efeito da anestesia.
Sai do bloco, no corredor encontrei com minha mãe e com uma grande amiga q trabalha no hospital (ela é madrinha do João).
Fui pra enfermaria, um quarto enorme com 4 gravidas. 2 com infecção de urina, 1 com diabete gestacional e 1 com pressão alta.
Fiquei preocupada pois senti a perna direita mas, a perna esquerda demorou uma hora depois pra voltar ao normal. A anestesia foi acabar por volta das 22:00 da noite. Já estava com  muita sede e a coceira ainda permanecia. Chegou outra grávida no quarto. Essa era uma ex-aluna minha. Seu bb queria nascer com 7 meses de gestação.
Não consegui dormir, uma das grávidas conversava dormindo, um bb chorava muito no corredor, e o sentimento de tristeza, solidão, vazio, tomou conta de mim. Fiquei lembrando do rostinho do meu bb.
No dia seguinte tomei banho cedo, não estava com fome mas, como já fazia 15 horas q não alimentava e estava um pouco fraca tomei café. Pouco depois o médico passou, deu alta pra três mulheres e eu só ganharia alta quando o resultado dos exames ficassem prontos.
A tarde minha mãe foi embora. A minha amiga (madrinha do João) sempre q podia dava uma fugidinha do setor q trabalha e ia perto de mim. A noite chegou mais 2 gravidas ambas, com glicose alta. Fomos transferida pra outra enfermaria (o hospital esta em reforma). Confesso, q gostei em alguns pontos mas em outros odiei. Fiquei longe dos choros do bb, a gravida q fala dormindo não foi transferida pq estava com acompanhante, talvez esta noite conseguiria dormir.  Mas, por outro lado, não gostei. o lugar era mais frio, não podia ter acompanhante, o chuveiro não funcionava, tinha uma porta q dava pro meio do hospital (não no corredor, no terreiro mesmo) e esta porta não trancava. Passou a noite apenas encostada. Nem precisa dizer q não dormi nada com medo.
Entrei Terça de manha (2/7) e ganhei alta na tarde de Quinta (4/7). Dia 12 (sexta feira q vem) volto pra saber o resultado do exame, o possível motivo do aborto.

Recuperação
Fiquei de cama, sexta, sábado. Sem dor na barriga, apenas muita dor nas costas devido a anestesia. O sangramento diminuiu bastante. Ontem (domingo) foi a festa junina do Deivid e foi a primeira vez q ele dançou quadrilha. Como estava sentindo bem eu fui. Fui de carro, fiquei a maior parte do tempo sentada.
Hoje dia 8 segunda feira estou com dor na barriga, a barriga esta inchada. Tomei um Buscopan mas, não adiantou muito. Fiquei mais deitada a tarde toda.

Emocional
Ainda é forte a dor emocional, sinto um vazio dentro de mim. A pouco o João olhou pra minha barriga e disse: mão mimiu (irmão dormiu). Eu disse a ele q não tem mais irmão ali dentro mas, ele insistiu e eu acabei não falando mais nada. É difícil fazer "resguardo" repouso e saber q não tem o bb ali do lado. Meus peitos estão inchados, grandes e doloridos. Ainda não retirei as roupas da bolsa q levei pro hospital, ainda não retirei as roupas de gravida do meu guarda roupa. E sei q dentro dele tem uma caixa de roupas de bb q não será usada nos próximos meses...

Agradecimento
Quero agradecer a Deus por esta presente na minha vida, por me carregar no colo neste momento. Meu marido q prometeu estar do meu lado na alegria e na tristeza e por mais q ele esteja triste me apoia, me dá forças pra continuar. Meus filhos, sem eles não sei o q seria de mim. Meus pais q são a base de tudo. Meus irmãos (as) e parentes q estão orando e dando forças mesmo q de longe. Minha amiga comadre q esteve sempre presente e demonstrou q a verdadeira amizade existe e q amigas não é somente pra horas divertidas e alegres. E vcs minhas amigas q mesmo do outro lado da telinha, sem ao menos nos conhecer pessoalmente esta sempre aí, apoiando, me deixando uma palavra de conforto e carinho. Deus abençoe!

 Enfim, meu tão sonhado bb partiu, ao meu ver partiu muito cedo, hj tenho dois anjos na terra e dois no céu. 
Sei que preciso superar as lágrimas, por mais difícil que seja, e readquirir aos poucos o sorriso que fugiu. O sorriso que meus filhos me pedem, com apenas um olhar!!!

Eu creio....









sábado, 6 de julho de 2013

Como tudo aconteceu 4- Agonia de esperar


 

No domingo dia 23 de Junho, acordei deprimida e só sabia chorar... Cada vez q entrava no banheiro e não saia nada, cada vez q olhava pra barriga já redondinha me perguntava: Será q isto esta acontecendo mesmo comigo? Não tenho nenhum sintoma, Será q esta morto mesmo ? Até quando vou ter q carregar essa barriga, sabendo q esta morto? Quando meu corpo vai começar a expulsar? Estarei preparada pra esse dia?

Tomei banho em prantos, confusa, cheia de dúvidas e uma dor q invadia a alma.
Meus pais me levaram em outro hospital (Ibirité). Não fizeram nada, e as duas ginecologistas disseram a mesma q deveria esperar o corpo agir pois, se eles inter vissem eu correria mais risco (perfurar o ultero, ficar estéril, infecção). Explicaram q mesmo, sem eu estar sem sintomas (dor, febre, sangramento) não havia possibilidade de estar vivo pois, na ultra som já mostrava q os ossinhos do bb estavam juntinhos, isso quer dizer q ele já estava perdendo o liquido do corpo.
Fui pra casa um pouquinho mais aliviada, pois, esclareci algumas duvidas e tive duas opiniões de pessoas diferentes.
A semana demorou a passar e a agonia aumentava a cada dia, a cada vez q entrava no banheiro, a cada ligação... O Deivid passou a chorar do nada, estava muito triste então perguntei se ele queria falar sobre o bb e ele disse q não. Então perguntei se ele tinha alguma dúvida, se queria fazer alguma pergunta e ele disse q sim: Se o bb ainda estava na minha barriga pois, ele estava preocupado? Eu perguntei porque ele estava preocupado e ele disse: Tenho medo do bb estar vivo. Eu disse q ele não precisava preocupar pois, não estava vivo e perguntei se ele tinha mais alguma dúvida e ele disse q não.

Tornei uma máquina de esperar, e a qualquer momento uma bomba inimiga poderia acabar com aquela ansiosa e tediosa espera. 


Sexta feira dia 28 voltei no hospital (Julia). Não havia corrimento, sangramento, dor mas, como a médica queria me avaliar toda semana... Neste dia peguei uma excelente médica, ela disse a mesma coisa: q deveria esperar em casa o corpo jogar pra fora.  Então, pedi ela um pedido de ultra som e foi nesta hora q ela viu meu ultra som e ela me pediu um exame de sangue. Eu não havia feito exame nenhum, então ela fez o pedido do exame de sangue (fibrinogênio) disse q assim q pegasse o resultado era pra voltar pro hospital e em jejum pois, dependendo do resultado teria q me internar com urgência.
No sábado as  6:30 da manhã já estava na porta do laboratório pra fazer o exame. O resultado só ficaria pronto na segunda as 17:00 hs.
 Domingo a noite comecei a sentir uma cólicazinha com corrimento marrom. Na segunda feira por volta das 4:30 da manhã meus pais me levaram no hospital mas, novamente me mandaram pra casa. A tarde meu primo buscou o resultado do exame. Tinha q dar entre 200 e 400 e o resultado foi 580. Coloquei minha  casa em ordem e pois na terça feira iria cedo pro hospital e com certeza ficaria internada.


sexta-feira, 5 de julho de 2013

Como tudo aconteceu 3 - Contando pro Deivid



        Cheguei na casa da minha mãe e ela logo percebeu pois, viu q meu marido estava comigo. E antes dela perguntar já fui logo abraçando-a e contando. Caí em prantos e o João parecendo saber o que eu estava dizendo olhou pra mim e disse: o nenem mimiu (dormiu). Ele queria dizer: morreu! Já fazia alguns dias q ele dizia isso pra mim mas, não entendi o que ele queria dizer.
         Eu e meu marido fomos buscar o Deivid na escola. Lembrei dele pegando a bolsa de manhã e dizendo q eu não poderia pegar peso por causa do bebe na barriga. Fiquei pensando como seria difícil contar q não vimos o sexo, q não saberíamos se era menina a irmãzinha que ele tanto sonhou e principalmente q não estava mais viva. 
         Deivid deu um leve sorriso ao nos ver e, estranhou a presença do pai. No meio do morro da escola o pai voltou pra traz pois, lembrou q não havia pagado a rifa da festa junina da escola. Fui descendo devagar com o Deivid. Ele parou, me abraçou, acariciou a minha barriga e perguntou: E aí mamãe, deu pra ver o q é o bebe? Me deu um nó na garganta e entre gaguejo respondi: Não. Percebi q o pai dele se aproximava.
Ele é inteligente e acredito q achou q fosse outro menino e eu não quis contar pois, ele queria menina então, ele fez a mesma pergunta pro pai. 
O pai dele olhou pra mim e respondeu pra ele q, em casa conversaria com ele e encheu ele de perguntas sobre a escola, na tentativa de distrai-lo até chegar em casa.
       Em casa o pai sentou com ele no sofá e disse a verdade, sem rodeios, sem medir palavras: o bebe parou. Deivid abaixou a cabeça e levantou novamente já com uma lágrima escorrendo e disse afirmando e perguntando ao mesmo tempo: morreu?!!!! O pai disse: sim (já tbm deixando uma lágrima escorrer pelo rosto) e o Deivid só fez mais uma pergunta, a pergunta q eu tbm havia perguntando pra mim mesma: PORQUE? o pai engasgado e entre lágrimas disse: Papai do céu o chamou e agora ele é um anjo!


Deivid trocou o uniforme eu arrumei algumas roupas, alguns produtos de higiene. Deixamos ele na casa da minha mãe e fomos pro hospital.
 A  médica disse q deveria aguardar o corpo jogar pra fora, q isso poderia levar até um mês e esse era o prazo máximo q eles iriam esperar. Também disse q queria me ver todas as sextas feira mesmo q eu estivesse bem e sem nenhum sintomas. Saí chorando do consultório pois, o dia tinha sido muito difícil.
Receber a triste noticia, contar pro Deivid e saber q teria q ficar com o bebe morto na barriga até o corpo jogar pra fora (sabe lá Deus, quantos dias, semanas)... sabia q naquele dia a minha agonia, dor e tristeza pela perda, estava apenas começando.

Continua....